Início Nova Cultura 561 anos após a sua morte, nunca é demais recordar o Infante

561 anos após a sua morte, nunca é demais recordar o Infante

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O Infante D. Henrique nasceu a 4 de março de 1394, na cidade do Porto, sendo o quinto filho do Rei D. João I de Portugal e de sua mulher Dona Filipa de Lencastre.
Henrique teve como padrinho de batismo o Bispo de Viseu e pouco está escrito em relação à sua infância.
Membro da Ínclita Geração, composta por ele e pelos seus irmãos, é considerado o grande impulsionador dos Descobrimentos portugueses. O Infante terá começado a merecer tal título após incentivar o pai a partir para a conquista de Ceuta, a partir de 1414. Tal desejo foi concretizado em agosto de 1415, tendo sido por essa ocasião D. Henrique armado cavaleiro e recebido os títulos de Senhor da Covilhã e duque de Viseu.
Em 1418, retornaria a Ceuta para socorrer a cidade, que sofria um ataque orquestrado pelas forças conjuntas dos reis de Fez e de Granada. Após suceder em tal empreendimento, sendo capaz de fazer levantar o cerco, retornou a Portugal no início de 1419.
O Infante D. Henrique viria a fixar-se no Algarve, sendo, a 25 de maio de 1420, nomeado Governador da Ordem de Cristo, cargo que desempenhou até à sua morte. Este cargo revelou-se de grande importância porque dotou o Infante dos meios e recursos financeiros necessários para prosseguir o seu desejo de expansão marítima. Desde que passou a tutelar a Ordem, as velas da Aramada portuguesa começaram a ostentar a Cruz de Cristo.
Decidido a lançar os Descobrimentos portugueses, começou a ordenar uma série de explorações para sul, determinado a ultrapassar o Cabo Bojador. Para alcançar tal feito, tido por muitos como impossível, o Infante D. Henrique montou uma Armada, cuja capitania confiou a Gil Eanes, que partiu em 1433, voltando sem ter obtido sucesso. Sob as ordens do Infante, tornou a embarcar em 1434, sendo desta feita capaz de dobrar o tão temido cabo. As navegações continuaram, a desejo do Infante, tendo os capitães ordens diretas para registarem pormenorizadamente tudo o que descobriam.
Sob as suas ordens, Afonso Gonçalves Baldaia descobriu o Rio do Ouro, em 1436, e continuou a navegar para o sul, chegando à Pedra da Galé. Nuno Tristão descobriu o Cabo Branco, em 1441, em 1443 a ilha de Arguim e em 1445 visitou a costa da Senegâmbia, chegando até Palmar. Diniz Dias dobrou o Cabo Verde, João Fernandes tornou-se o primeiro europeu a explorar o interior do continente africano até Taguor e no ano seguinte, 1446, Álvaro Fernandes desobriria a Serra Leoa. Em 1457, o veneziano Luís de Cadamosto e o genovês António Nola, ao serviço do Infante, descobriram a Gâmbia e em 1460 Diogo Gomes descobriu o arquipélago de Cabo Verde. Nesse mesmo ano o Infante viria a falecer, a 13 de novembro.
Dedicado estudioso da Matemática e da Cosmografia, aplicou o astrolábio à navegação e inventou as cartas planas. A sua fama e glória atraíam homens de todos os pontos da Europa, ávidos por afirmar a sua grandeza às ordens do Infante.
Apesar de não ter nunca, com exceção das expedições no norte de África, navegado sobre as ondas do Oceano, adquiriu o cognome de “Navegador”, por ter sido o grande incentivador da conquista oceânica. Pai dos Descobrimentos, tornou possível o progresso da civilização, o conhecimento aprofundado do mundo e a primeira verdadeira globalização. Tendo deixado ao mundo uma herança célebre e à Pátria um legado sublime, é a sua figura que encabeça o Padrão dos Descobrimentos.
Miguel Louro
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